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Caso Kate Middleton e a resiliência da reputação da realeza

Por Luciana Gurgel

Luciana Gurgel

A família real britânica está passando pelo seu primeiro grande teste de resistência da reputação positiva acumulada nos últimos anos de vida da rainha Elizabeth II, que determinou os rumos da comunicação da chamada “firma”, com seu estilo marcado pela discrição e morreu no auge da popularidade, após reverter crises como divórcios dos filhos e a morte da princesa Diana.

Ainda é cedo para medir o impacto dos acontecimentos desde que os problemas de saúde do rei Charles e de Kate Middleton entraram na pauta da imprensa global e das conversas nas mídias sociais.

Mas a reação positiva ao vídeo em que a princesa revelou o diagnóstico de câncer mostra que o capital de imagem da “tropa de choque” da realeza continua capaz de proteger a instituição de acidentes de percurso como a desastrada divulgação de uma foto manipulada digitalmente.

O vídeo explica de forma convincente o longo silêncio e a ausência de imagens de Kate, que deram margem a um volume de boatos e histórias malucas como poucas vezes se viu: a necessidade de tempo para explicar a situação aos filhos.

Quem já teve doença em família sabe como é difícil dar a notícia a crianças − e até a adultos. Adiar esse momento é humano − e embora alguns não lembrem disso ou discordem da existência da monarquia, Kate, William e os filhos são seres humanos.

A culpa pelo que foi interpretado como má gestão da comunicação com a sociedade e com a imprensa recaiu sobre a assessoria do Palácio de Kensington, que fala em nome de Kate e William. E indiretamente sobre Palácio de Buckingham, que em teoria manda em tudo.

Embora seja difícil saber qual foi o aconselhamento dos assessores, é legítimo imaginar que a demora para dar a notícia tenha sido uma decisão daqueles diretamente envolvidos, o casal. Isso é consistente com o perfil de William, que tantas vezes expressou desconforto com a intrusão da mídia em sua vida, e que para muitos foi responsável pela morte da princesa Diana, perseguida por paparazzi em Paris.

Mas, em dois minutos, tempo de duração do vídeo de Kate explicando o diagnóstico de câncer, a quimioterapia e o motivo do silêncio por tanto tempo, a onda de críticas transformou- se em compaixão, solidariedade, compreensão. E em recriminações contra os que criaram ou compartilharam especulações, piadas e teorias conspiratórias.

Kate Middleton

Críticas mudaram de lado

O que se viu em seguida não foi comum: diversas celebridades se desculparam pelo que falaram ou postaram sobre a ausência de Kate Middleton e a falta de notícias. Algumas removeram as postagens das redes sociais − abrindo mão de seus valiosos cliques.

Uma pesquisa feita na semana seguinte ao episódio da foto editada já tinha indicado que Kate e William são bem protegidos pela imagem que construíram − a de um casal relativamente normal, que se conheceu na faculdade, que leva os filhos à escola e não é visto em restaurantes caros ou locais badalados. Se isso é parte do roteiro ou se eles são mesmo assim é difícil dizer. Mas é como são vistos.

Apesar das críticas sobre a foto editada, devido à falta de transparência na comunicação com o público, a pesquisa do YouGov mostrou que a confiança em Kate caiu muito pouco.

A próxima pesquisa de popularidade deve seguir por caminho semelhante, e isso também pode ser atribuído a movimentos acertados de comunicação.

O vídeo foi gravado pela BBC Estúdios, o braço comercial da rede pública, que informou não ter havido edição, referência indireta à foto editada. Não chegou a matar boatos, como o de que seria um deepfake e não Kate − mas nada comparável à escala das especulações anteriores.

O Palácio também fez saber que o texto foi de autoria de Kate, e não de assessores. Isso reforça o caráter pessoal da revelação. Houve ainda uma explicação para o príncipe William não estar ao lado dela: a intenção de reforçar sua individualidade, sem retratar uma mulher à sombra do marido, ainda que alguns boatos tenham atribuído isso ao fato de que ele era contra dar explicações.

O início da história não foi exatamente uma aula de RP. Mas os últimos acontecimentos estão sendo.


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