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Mulher diz ter sido atingida por fezes de pombo no rosto e na boca em estação da ViaMobilidade e critica tratamento recebido


Infectologista explica que fezes ressecadas de pombos, espalhadas pelo vento, podem ser inaladas e causar doenças. Concessionária disse que a cliente foi prontamente atendida pelos agentes de atendimento e segurança e conduzida a unidades de saúde em Osasco, mas não informou por que não ofereceu atendimento médico especializado à passageira. Mulher diz ter sido atingida por fezes de pombo estação da ViaMobilidade
Arquivo pessoal
Uma passageira diz ter sido atingida por fezes de pombo no rosto, boca e olhos numa plataforma da estação Comandante Sampaio, da linha 8-Diamante da ViaMobilidade, no último dia 20 de fevereiro.
A produtora cultural Ana Paula Monteiro, de 49 anos, contou ao g1 que aguardava um trem para ir à faculdade quando viu um rato nos trilhos.
“Comentei com uma amiga: ‘Do jeito que sou azarada, capaz de esse rato subir aqui’. Dei uma recuada. No que eu fui para trás, um pombo defecou em mim, absurdamente, uma quantidade até constrangedora de falar. Sujou meu cabelo, meus óculos, caiu nos meus olhos, nariz, boca. Uma coisa absurda, que eu nunca tinha visto. Foi muito constrangedor”, lembrou.
Ela foi amparada por outros passageiros que presenciaram a cena. Na sequência, começou a vomitar: “Foi muito nojento”.
Depois, Ana foi encaminhada ao espaço reservado para funcionários e recebeu suporte da ViaMobilidade. Ela disse que um deles a tratou com educação e ajudou na recuperação inicial. No entanto, criticou a atitude outro agente: “Fui muito maltratada. Ele sequer descruzou os braços. Achou ruim de eu usar o banheiro dos funcionários, que era o mais próximo para eu ser atendida. Me olhava muito feio de eu estar pegando papel e vomitando o tempo inteiro”.
“Ele sequer deixava eu tirar foto da ocorrência que eles registram. Até tomou uma prancheta da minha mão, falou que não podia tirar uma foto”, afirmou. No entanto, o outro funcionário permitiu a imagem.
Ocorrência
Arquivo pessoal
Pedido de atendimento médico especializado
Depois da ocorrência na estação, acompanhada de um agente da ViaMobilidade, Ana foi levada ao Hospital Municipal Antônio Giglio, em Osasco, mas foi encaminhada a uma UPA próxima.
“Fui atendida por uma clínica geral que me receitou Buscopan, Decadron, Plasil… Questionei se não teria que fazer algum exame, alguma lavagem. Porque caiu na minha boca, ficou o gosto na saliva. A médica falou que não”, disse.
“Depois, entrei em contato com a ViaMobilidade, consegui falar só com a ouvidoria, que respondeu um e-mail falando que tudo que tinha que ser feito eles fizeram. Deixei muito claro que não estava interessada em indenização, nada disso. O que eu desejo é uma consulta para ficar tranquila, com um infectologista, coisa do gênero. Não tive respaldo nenhum deles”, destacou.
Em nota, a ViaMobilidade disse que a cliente foi prontamente atendida pelos agentes de atendimento e segurança e conduzida às unidades de saúde em Osasco, mas não informou por que não ofereceu atendimento médico especializado à passageira.
“Com a cliente já sob cuidados médicos na UPA e o formulário APS (Atenção Primária à Saúde) assinado, a equipe retornou à estação para retomar o trabalho. A ViaMobilidade ressalta que todos os AAS possuem sólido treinamento em primeiros socorros”, apontou a concessionária.
Apesar de ter sido acompanhada e atendida inicialmente pelos funcionários da ViaMobilidade, Ana ressalta que sentiu falta de uma atenção especial: “Foi constrangedor para mim duas vezes, porque agora eu estou tendo que ir tentando buscar atendimento, e não é fácil”.
“No sábado, tive uma irritação nos olhos que me preocupou. Dois dias depois, tive um início de diarreia, isso me deixou bem preocupada, mas logo comecei a tomar soro. Tive que ir me automedicando porque fiquei sem respaldo, não consegui consulta. Não fiz exame, não fiz nada, não fiz uma lavagem gástrica. Queria ter um médico me falando ‘Olha, fique tranquila’”.
Nesta quinta-feira (29), Ana enviou imagens da estação Comandante Sampaio, que continua com a presença de pombos. Na foto abaixo, uma das paredes da estação aparece suja de fezes:
Parede da estação Comandante Sampaio, da ViaMobilidade, suja de fezes de pombo
Arquivo pessoal
Pombos podem ser um risco para a saúde?
A infectologista Rosana Richtmann explicou ao Bem Estar que as fezes ressecadas dos pombos, espalhadas pelo vento, podem ser inaladas e causar doenças.
Uma das doenças transmitidas pelas aves é a criptococose, conhecida como “doença do pombo”. A infecção é causada por fungos que se proliferam nas fezes dos pombos e também em ocos de árvores, por exemplo.
Inalados, eles se instalam nos pulmões e de lá migram para o sistema nervoso central. A doença pode provoar meningite. As pessoas podem confundir os sintomas da doença com gripe. Entre os sintomas estão febre, dor de cabeça forte, tonturas. Quando a ação é sobre os pulmões, a pessoa pode sentir falta de ar, tosse, febre e/ou cansaço.
Outras doenças: histoplasmose, que pode dar doenças pulmonares; salmonelose, que pode dar distúrbios gastrointestinais; além de dermatites e alergias.
Veja o ciclo da criptococose
Arte/TV Globo
O que diz a Prefeitura de Osasco
Em nota, a Prefeitura de Osasco disse:
“O Hospital Municipal Antônio Giglio não dispõe de um pronto-socorro clínico. O hospital é para atendimento referenciado. Os atendimentos de urgência são realizados pelas unidades de pronto atendimento (UPAs) e Prontos-Socorros do município, que funcionam como as portas de entrada para os casos que necessitam de hospitalização no Hospital Municipal Antônio Giglio. Quando um paciente procura diretamente o Hospital Municipal Antônio Giglio, ele passa por uma avaliação preliminar. Se for detectada uma situação de emergência, o atendimento é realizado imediatamente. No entanto, na ausência de uma condição emergencial, o paciente é direcionado à UPA Centro, conforme o protocolo padrão. Com relação ao episódio mencionado, a paciente foi encaminhada para a UPA Centro (que fica a 100 metros do hospital) de acordo com o procedimento padrão”.
“A decisão de liberar a paciente sem exames adicionais foi tomada com base na avaliação da equipe médica, que não indicou a necessidade de exames complementares naquele momento”.

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