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União recorre de decisão que prorrogou prazo para Minas aderir ao Regime de Recuperação Fiscal


Na semana passada, Supremo prorrogou por mais 90 dias limite para adesão de MG ao RRF. Advocacia-Geral da União pede que data-limite seja 30 de maio.
Advocacia Geral da União
Sérgio Moraes/AscomAGU
O governo federal recorreu da decisão do Supremo que prorrogou o prazo para a adesão de Minas ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Uma petição apresentada pela Advocacia-Geral da União (AGU) nesta terça-feira (23) pede que a data-limite seja 30 de maio.
No recurso, o órgão argumenta que qualquer adiamento sem uma contrapartida significativa do Executivo estadual, como a retomada dos pagamentos da dívida, poderia comprometer a responsabilidade fiscal e o equilíbrio entre os estados.
“De um lado, não é razoável conceder tratamento diferenciado a um estado membro em detrimento dos demais; de outro, toda a população de um ente federado não pode ser castigada com a interrupção dos serviços públicos em caso de colapso fiscal. No atual cenário federativo e de endividamento de seus entes, é crucial garantir o cumprimento das normas de responsabilidade fiscal estabelecidas pelo legislador […]”, diz trecho da petição da AGU.
A AGU também afirma que MG não tem amortizado o débito há mais de nove anos, amparada por decisões judiciais que postergam o cumprimento das obrigações e, assim, prejudicam sua situação fiscal.
“O resultado desse excesso de postergações fez com que o saldo devedor do Estado aumentasse de R$ 63,9 bilhões (janeiro de 2013) para R$ 142,9 bilhões (novembro de 2023)”, explica outra parte do documento.
Além da redução do prazo, a instituição requer uma determinação judicial para a retomada do pagamento do serviço da dívida, como se o estado já tivesse aderido ao RRF, sugerindo que R$ 2,3 bilhões sejam pagos ao longo de 2024.
“[…] a urgência da retomada do pagamento das dívidas em valores capazes de influenciar na diminuição do saldo devedor é evidente. Portanto, Minas Gerais deveria empreender um esforço maior para o pagamento de seu acumulado total de dívidas a partir do presente momento”, argumenta a AGU.
Prazo prorrogado
STF prorroga prazo para adesão de Minas Gerais a Regime de Recuperação Fiscal
Na última sexta-feira (19), o STF prorrogou por mais 90 dias o prazo para a adesão de Minas Gerais ao RRF. A decisão foi proferida pelo ministro Kassio Nunes Marques.
“O Plano de Recuperação Fiscal precisa ser seriamente considerado, para que o Estado de Minas Gerais não alcance situação financeira de difícil reversão”, informou o documento.
Para o governo do estado, a prorrogação é essencial para a manutenção do equilíbrio fiscal das contas públicas.
“Ao estender o prazo, o ministro demonstra sua sensibilidade em fortalecer o pacto federativo para que os estados, Congresso e governo federal possam alcançar conjuntamente uma solução para reduzir os juros e tornar a dívida administrável, sem afetar a capacidade de investimentos estaduais”, afirmou por nota o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).
No dia 12 de abril, o estado entrou com uma ação no STF para pedir a suspensão, por mais 180 dias, do pagamento da dívida do estado com a União, atualmente na ordem dos R$ 165 bilhões.
Já no último dia 17, a Advocacia Geral da União (AGU) defendeu, em manifestação ao STF, que, em caso de prorrogação do prazo, fosse determinada a retomada do pagamento do serviço da dívida de MG.
Cidade Administrativa de Minas Gerais
Danilo Girundi/ TV Globo
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Em dezembro do ano passado, o STF já tinha prorrogado o prazo por 120 dias, impedindo a cobrança até 20 de abril de 2024.
“Porém, neste momento, o Governo de Minas entende que, diante de novos fatos, sobretudo a negociação em curso com o Ministério da Fazenda para rever o formato de negociação das dívidas dos estados com a União, é razoável que os prazos iniciais estabelecidos pelo STF sejam dilatados, evitando que o Estado seja penalizado”, afirmou o governo, em nota.
Em março, o governo federal apresentou uma proposta para redução dos juros da dívida dos estados baseada na ampliação de matrículas no ensino médio técnico. A ideia é que as unidades da federação que aderirem à iniciativa paguem juros menores nos contratos de refinanciamento.
Outra possibilidade citada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é a de que estados “entreguem” ativos, como estatais, em troca do abatimento das dívidas e de juros reduzidos. Em Minas Gerais, está em discussão a federalização da Companhia Energética (Cemig), da Companhia de Saneamento (Copasa) e da Companhia de Desenvolvimento Econômico (Codemig).
“Reforçamos que as propostas iniciais e o programa apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no âmbito da renegociação das dívidas dos estados com a União permitem aos atores envolvidos avançarem nas discussões, mas ainda necessitam de estudos e avaliações para, somente então, serem levados à apreciação legislativa. Este processo, certamente, demanda prazo maior do que o estabelecido inicialmente pelo Supremo”, completou o Executivo mineiro.
As discussões pretendem criar uma alternativa ao Regime de Recuperação Fiscal, que prevê medidas como congelamento de salário dos servidores e teto de gastos para que, após nove anos, o estado comece a pagar a dívida com a União – ao longo do período, o valor devido subiria para mais de R$ 210 bilhões.
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