Com LaLiga pressionada, Javier Tebas pede que Vini Jr permaneça no futebol espanhol e enumera medidas

– Claro que estou preocupado. Se não estivesse preocupado, estaria louco. Trabalharemos para mudar essa imagem. A Espanha não é racista, o futebol espanhol não é racista e a Liga segurá trabalhando para combater essas condutas.

Em termos de novidades, pouco foi falado. Tebas enumerou denúncias feitas pela comissão criada em 2020 para identificar e entregar às autoridades casos de racismo. Entre eles, disse, um que tem Vinícius como alvo mas que o próprio desconhecia, por se tratar de um vídeo que flagra um grito na arquibancada. O executivo lembrou, contudo, que a própria Procuradoria reluta em aceitar as denúncias, pois considera que na maioria dos casos não se pode apontar discriminação.

Com base nisso, repetiu o discurso de que LaLiga precisa de maior competência para atuar como uma autoridade que possa punir os praticantes de racismo, sejam eles torcedores, jogadores ou clubes. Hoje estes poderes pertencem à Federação Espanhola de Futebol e à própria Justiça.

– Queremos competências. Com competências, temos certeza de que resolveremos esse problema em meses – disse o executivo, anunciando que nesta sexta deve enviar uma carta ao governo espanhol e a políticos do país sugerindo alterações em leis de combate a preconceitos que deem maior poder de atuação para a LaLiga.

Tebas foi perguntado por um jornalista sobre a possibilidade de aplicar perda de pontos, como já é previsto na Inglaterra e no Brasil. Ressaltou que a legislação esportiva do país não confere este poder a LaLiga atualmente, mas mostrou-se favorável a ideia.

– Eu acho que sim, seria bom que se pudesse introduzir. Mas no regime atual o que pedimos é competência para fazermos. Para que nós possamos aplicar. Seria suficiente.

O executivo voltou a se explicar por ter contestado Vinícius Junior no Twitter quando o brasileiro desabafou sobre a falta de punição ao racismo. A abordagem não foi boa para LaLiga. A ponto de os patrocinadores da competição terem manifestado solidariedade ao atacante do Real Madrid para se desvincularem do desgaste da entidade.

Tebas admitiu que procurou todos os patrocinadores para se explicar e para reforçar o que LaLiga tem feito e fará para combater o racismo. Mas quando perguntado se fez o mesmo com Vini, negou que tenha tomado qualquer atitude.

– É melhor que isso se acalme mais. Não tenho objeções em falar com ele e com seus agentes . Temos que deixar todos nos explicarmos e depois haverá tempo para conversar – afirmou o presidente da LaLiga, que apesar disso fez um pedido ao brasileiro.