O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para o dia 9 de dezembro o julgamento do chamado núcleo 2 da trama golpista, no qual Silvinei Vasques, atual secretário municipal de São José, na Grande Florianópolis, figura como réu. O grupo, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), teria sido responsável pelo gerenciamento de ações da organização golpista e inclui outros cinco acusados.
De acordo com o presidente da Primeira Turma do STF, ministro Flávio Dino, sessões adicionais podem ocorrer nos dias 10, 16 e 17 de dezembro.
Em julho, durante o interrogatório, os réus negaram participação na trama e tiveram pedidos de absolvição apresentados por suas defesas. Para a PGR, porém, eles ocupavam posições estratégicas no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, já condenado a 27 anos de prisão.
Acusações da PGR
O núcleo 2 é acusado de crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, incluindo prejuízos significativos a patrimônio público e tombado.
O procurador-geral Paulo Gonet destacou que as ações do grupo ficaram registradas em mensagens de aplicativos e arquivos digitais, evidenciando que autoridades à época descumpriram conscientemente seus deveres institucionais, especialmente em relação à segurança pública.
Segundo a PGR, integrantes do grupo teriam usado posições de destaque para gerenciar as ações da organização, incluindo a utilização da estrutura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dificultar o funcionamento do sistema eleitoral e minar valores democráticos, prejudicando eleitores contrários ao então presidente.
Defesa de Silvinei Vasques
O advogado Anderson Almeida, que representa Silvinei, afirmou que a defesa está “plenamente preparada e confiante” para o julgamento. Em nota, ele reforçou a inocência de seu cliente e disse que sua atuação sempre respeitou a legalidade e o cumprimento do dever funcional.
“A defesa de Silvinei Vasques informa que está plenamente preparada e confiante para o julgamento designado para o dia 9 de dezembro, no caso conhecido como ‘Núcleo 2 – Trama Golpista’. Reiteramos nossa convicção na inocência do ex-diretor-geral da PRF e reafirmamos que sua atuação sempre se pautou pela legalidade e pelo estrito cumprimento do dever funcional. Trata-se de um processo que exige análise técnica e desapegada de narrativas políticas, e confiamos que o julgamento revelará a absoluta ausência de qualquer conduta ilícita por parte do nosso cliente.”