• New Page 1

    RSSFacebookYouTubeInstagramTwitterYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTube  

Dia das Mães: mulheres largam tudo para acompanharem filhas bailarinas a Joinville

Neste domingo (14), se comemora o Dia das Mães e o amor que elas dedicam aos filhos. Com Soraia Vasconcellos e Fernanda de Araújo Rodrigues Oliveira não é diferente. Para ver as filhas alçarem voos altos, elas mudaram completamente suas vidas ao vir para Joinville, no Norte de Santa Catarina, e apoiar as filhas bailarinas na Escola Bolshoi.

Beatriz e Soraia [à esq.] e Ana Luísa e Fernanda [à dir] – Foto: Carlos Jr/ND

Fernanda de Araújo Rodrigues Oliveira deixou parte da família a quase mil quilômetros de distância, no Rio de Janeiro, para acompanhar a filha Ana Luísa, de 12 anos, que foi aceita como aluna no Bolshoi em fevereiro de 2022. Com elas, vieram também o pai e o filho mais velho do casal.

Já Soraia, veio de São Paulo com a filha Beatriz Vasconcellos, de 17 anos, que foi contratada pelo Festival de Dança para ingressar na Escola Bolshoi em fevereiro deste ano.

Beatriz e a mãe Soraia - Carlos Jr/ND
1
3

Beatriz e a mãe Soraia – Carlos Jr/ND

Beatriz e a mãe Soraia - Carlos Jr/ND
2
3

Beatriz e a mãe Soraia – Carlos Jr/ND

Soraia e a filha Beatriz, bailarina no Bolshoi - Carlos Jr/ND
3
3

Soraia e a filha Beatriz, bailarina no Bolshoi – Carlos Jr/ND

Mas, fazer esta escolha não foi tão fácil para nenhuma das mães. “Foi uma loucura. Sou uma pessoa que sempre vivi do lado da minha família, pai, mãe, tios. Se desligar, foi muito difícil. Fiz pelos meus filhos”, revela Fernanda.

A saudade ainda aperta para Fernanda, mas a carioca tenta pesar os prós e contras da mudança. “Eu sinto saudades do Rio de Janeiro, mas por causa da minha família. A cidade é linda, tem várias coisas legais, movimentadas, mas muito perigosa”, opina, que morava na Comunidade da Maré.

“Essa e a família que sinto tantas saudades. Ainda tem a outra família, por parte de pai”, comenta Fernanda – Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/ND

Além da saudade dos pais e outros parentes, o filho mais velho que havia decidido vir junto a Joinville resolveu retornar ao RJ logo após a mudança. “A sensação era que tinha aberto mão de um em detrimento do outro. Mas, ele já tinha 16 anos, o período que ele mais precisou, estive com ele, agora preciso estar com a irmã”, comenta a mãe. Mais tarde, por conta das oportunidades de emprego na cidade catarinense, ele voltou a morar com os pais.

Beatriz dançando ballet – Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/ND

Diferente de Fernanda, que se mudou totalmente para Joinville, Soraia divide seus dias na dedicação com as duas filhas Beatriz, e Larissa, de 15 anos, ambas bailarinas. A grande dificuldade, porém, é o fato de uma delas  ter vindo a Joinville, enquanto a outra ficou em São Paulo.

Para conseguir acompanhar ambas, Soraia mora por 15 dias em São Paulo e 15 dias em Joinville. “É difícil. No começo fiquei dividida. ‘O que eu faço?’”, confessa Soraia. “Mas, era um sonho dela, sempre foi, se formar e ir para uma companhia. Na hora se empolgou demais. Uma chance em um milhão”, revela.

Desafios da mudança

A vinda da família de Fernanda para Joinville não foi fácil. Ana Luísa havia sido indicada por uma empresa russa para participar do processo seletivo do Bolshoi, que prometeu que, caso ela passasse na seleção, ajudaria com os custos, o que não ocorreu, dificultando a vinda da família.

Ana Luísa e a mãe Fernanda - Carlos Jr/ND
1
3

Ana Luísa e a mãe Fernanda – Carlos Jr/ND

Ana Luísa e a mãe Fernanda - Carlos Jr/ND
2
3

Ana Luísa e a mãe Fernanda – Carlos Jr/ND

Ana Luísa e a mãe Fernanda - Carlos Jr/ND
3
3

Ana Luísa e a mãe Fernanda – Carlos Jr/ND

Mesmo com a incerteza e sem garantia de emprego, o casal veio com os filhos para Joinville. Logo, o marido conseguiu um emprego em uma multinacional e Fernanda foi contratada pelo Instituto Festival de Dança.

“Até hoje não é fácil, a saudade. No início passamos muitos perrengues, não tinha nada no apartamento. Hoje a gente dá risada, mas a vontade era voltar. E pelos nossos filhos, a gente faz tudo”, conta.

Para Soraia, que vive na estrada, a mudança de vida continua sendo impactante. Apesar de trabalhar homeoffice, o que facilita as viagens, a rotina é cansativa. “É difícil porque não tenho só elas [as filhas], tenho minha mãe. Me revezo dessa forma. É complexo. Deixei meu marido e minha filha mais nova para acompanhar a Beatriz.”

Beatriz dançando ballet – Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/ND

Para conseguir dividir a atenção entre as filhas, Soraia e Beatriz moram com um outro bailarino e sua mãe. Ambas as mães se revezam para ficar com eles no apartamento. Então, na semana em que a colega fica com a responsabilidade pelos jovens, Soraia vai a São Paulo ficar com a filha mais nova.

Dedicação desde a infância

Tanto Soraia quanto Fernanda acompanham suas filhas no ballet desde a infância. Ana Luísa, por exemplo, começou na dança aos 6 anos. A família vem de uma área de vulnerabilidade, como a Comunidade da Maré, e não tinha muitas oportunidades de bancar os estudos.

Ana Luísa quando começou o ballet na Escola Centro Cultural Vivendas – Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/ND

“Quando começou eu pagava [a escola] com muita dificuldade. Além da mensalidade, tinha a questão da roupa e sapatilha. Muito caro. Acabou não ficando nesta escola”, conta Fernanda.

Mas, este era o sonho de Ana Luísa. Sendo assim, a família foi atrás de bolsas para que a pequena pudesse estudar ballet. Mais tarde, aos 10 anos, ela participou do projeto Movidos, estúdio de dança que fazia trabalhos dentro da Comunidade da Maré.

Foi através do projeto e da empresa russa que Ana foi indicada para a seleção do Bolshoi. “Se ela passar, a gente larga tudo e vai morar lá”, disse o marido para Fernanda na época. Foram três etapas e ela se destacou em todas, sendo chamada para estudar gratuitamente na única filial do Bolshoi fora da Rússia.

Fernanda se emocionou no momento em que soube que Ana Luísa foi aprovada no Bolshoi – Vídeo: Arquivo Pessoal/Divulgação/ND

Já Beatriz, começou a dançar aos 2 anos e meio. Antes de vir ao Bolshoi, a bailarina se formou na Raça Centro de Artes, em São Paulo.

Beatriz, inclusive, já tinha vindo a Joinville para o Festival de Dança, momento em que chamou atenção e acabou surgindo a oportunidade de ser contratada para dançar no Bolshoi. “A chance da vida dela. Nada melhor do que a gente apoiar. O apoio da família é tudo”, afirma Soraia.

Beatriz também dança nos gêneros jazz e contemporâneo – Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/ND

Gratidão dos filhos

A bailarina do Bolshoi Beatriz afirma que o apoio da mãe Soraia foi imprescindível para chegar até aqui. “Enxergo como algo excepcional para o meu crescimento, o apoio dela de todas as maneiras, principalmente na parte emocional faz uma diferença enorme para mim. Me sinto grata por ela criar estruturas para o meu crescimento”, diz Beatriz.

Apesar da pouca idade, Ana Luísa, que só tem 12 anos, nota a importância do apoio da família na vinda a Joinville. “Foi o que me sustentou. Quando eu passei [no Bolshoi], era o tempo todo eles me apoiando. A família é o que sustenta o que a gente faz, o artista. Eles super me apoiaram e é muito importante pra mim”, afirma Ana.

Ana Luiza [xxxxx] em seu primeiro dia no Bolshoi - Arquivo Pessoal/Divulgação/ND
1
3

Ana Luiza [xxxxx] em seu primeiro dia no Bolshoi – Arquivo Pessoal/Divulgação/ND

Ana Luiza [xxxxx] durante seleção para o Bolshoi - Arquivo Pessoal/Divulgação/ND
2
3

Ana Luiza [xxxxx] durante seleção para o Bolshoi – Arquivo Pessoal/Divulgação/ND

Ana na Escola Movidos  - Arquivo Pessoal/Divulgação/ND
3
3

Ana na Escola Movidos – Arquivo Pessoal/Divulgação/ND

Ainda que a saudade de casa bata forte, Fernanda afirma que se sente orgulhosa da filha, que queria que ela tivesse a oportunidade de sair de um espaço de vulnerabilidade e ter educação que tem hoje. “A cultura importante para nossas vidas, salva”.

Para Soraia os sacrifícios também valem a pena. “Só de vê-las felizes, você saber que elas ingressaram em uma companhia, algo que ela ama, ela poder aparecer, ter uma chance”, revela.

Beatriz também dança nos gêneros jazz e contemporâneo – Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/ND

O reconhecimento vem ao ver as filhas no palco. “A cada progresso, se eu estou longe, ela me liga, me conta, fica feliz e vibra. Você poder ver sua filha feliz no que ela pode fazer não tem preço”, finaliza.

Mãe Raiz ou Mãe Nutella?

Para celebrar o Dia das Mães, o podcast aDiversa, da Diversa+, debate de forma descontraída os impactos das diferentes formas de maternar. Você, sua mãe, sua companheira ou alguma conhecida é Mãe Raiz ou Mãe Nutella? O tema é polêmico e divide opiniões! Ouça o episódio especial:

 

 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *